ISO 374-5:2016

Disposições gerais

Nos últimos 4 anos, ocorreram 2 alterações com relação as normas das luvas de segurança para proteção contra riscos químicos.

A primeira em 2014, quando a norma MT11:1977 foi substituída pela EN374:2003 e agora, em maio de 2017, através do Comunicado XL do Ministério do Trabalho informando que, a partir de julho 2017, os ensaios para a certificação e renovação do Certificado de Aprovação – CA dessas luvas, deverão seguir a versão vigente da norma técnica, a ISO 374:2016.

Importante lembrar: Luvas que foram ensaiadas pela norma MT11 e que ainda estão com o CA válido podem ser utilizadas como também, as luvas que foram ensaiadas pela EN374:2003.

Assim que for necessário a renovação do CA, elas serão ensaiadas conforme a nova norma utilizada.

 A ISO 374

Esta norma especifica os requisitos, métodos de ensaios, marcações e informações fornecidas para luvas de proteção ao usuário contra produtos químicos e microrganismos perigosos.

Se outros tipos de proteção forem necessários, tais como, riscos mecânicos, térmicos, dissipação eletrostática, a norma específica de desempenho apropriada deve ser aplicada.

As informações das normas sobre luvas de proteção podem ser encontradas na norma EN 420.

 Alguns termos usados na ISO 374:

  • Produtos químicos perigosos: substância química potencialmente perigosa à saúde, podendo ser mutagênica, carcinogênica, tóxica, corrosiva, irritante, sensibilizante, reprotóxica.
  • Degradação: mudança prejudicial em uma ou mais propriedades de um material da luva de proteção, em razão de contato com um produto químico. Pode ser notada através de várias formas, tais como, descamação, dilatação, mudança de cor e/ou dimensional, endurecimento, amolecimento.
  • Penetração: movimento de um produto químico através de materiais, por meio de imperfeições, junções ou orifícios da luva de proteção, a um nível não molecular.
  • Permeação: o produto químico se move através do material da luva de proteção a um nível molecular, ou seja, ocorre absorção das moléculas do produto químico na superfície externa da luva, em seguida, difusão das moléculas absorvidas e então, dessorção das moléculas na superfície interna da luva.
  • Bactérias: grupo amplo de microrganismos que compreende um dos três domínios dos organismos vivos, que são procarióticos, unicelulares e vivem livres no solo ou na água ou parasitas de plantas ou animais.
  • Vírus: parasitas submicroscópicos simples de plantas, animais e bactérias que geralmente causam doenças e consistem apenas em um núcleo de RNA ou DNA envolto por uma cobertura proteica. Os vírus são incapazes de se replicar sem uma célula hospedeira, por isso não são considerados organismos vivos.
  • Fungos: organismos eucarióticos do reino dos Fungos, com ausência de clorofila e tecido vascular, e compõem uma variedade desde uma única célula a uma massa corporal de hifas filamentosas ramificadas, que geralmente produzem organismos de frutificação especializados.

Quando as luvas são ensaiadas em condições laboratoriais, para fins de emissão/renovação de Certificado de Aprovação (CA), não podem sofrer vazamentos, ou seja, não podem ocorrer penetrações e a degradação é determinada para cada produto químico ensaiado. Luvas com comprimento maior que 400 mm, também devem ser testadas na região do punho. Caso ocorram resultados diferentes na região palmar e do punho, devem-se considerar os resultados mais baixos de permeação.

De acordo com a ISO 374, a combinação entre luvas de proteção e produtos químicos, devem ser classificadas de acordo com os tempos de ruptura e referido nível de desempenho de permeação, conforme Tabela 1 e a lista de produtos químicos (Tabela 2) abaixo:

Tabela 1. Níveis de desempenho de permeação
TABELA DE DESEMPENHO DE PERMEAÇÃO
Tempo de ruptura medido (minutos) Nível de desempenho de permeação
> 10 1
> 30 2
> 60 3
> 120 4
> 240 5
> 480 6

Tabela 2. Lista de produtos químicos de ensaio
TABELA DE PRODUTOS QUÍMICOS
Código Substância química CAS Classe
A Metanol 67-56-1 Álcool primário
B Acetona 67-64-1 Cetona
C Acetonitrilo 75-05-8 Composto de nítrilo
D Diclorometano 75-09-2 Hidrocarboneto clorado
E Dissulfeto de carbono 75-15-0 Enxofre contento composto orgânico
F Tolueno 108-88-3 Hidrocarboneto aromático
G Dietilamina 109-89-7 Amina
H Tetraidrofurano 109-99-9 Composto Heterocíclico e éter
I Acetato de etilo 141-78-6 Éster
J h-Heptano 142-82-51 Hidrocarboneto saturado
K Hidróxido de sódio 40% 1310-73-2 Base inorgânica
L Ácido Sulfúrico 96% 7664-93-9 Ácido mineral inorgânico, oxidante
M Ácido nítrilico 65% 7697-37-2 Ácido mineral inorgânico, oxidante
N Ácido acético 99% 64-19-7 Ácido orgânico
O Hidróxido de amônio 25% 1336-21-6 Base orgânica
P Peróxido de hidrogênio 30% 7722-84-1 Peróxido
S Ácido fluorídrico 40% 7664-39-3 Ácido mineral inorgânico
T Formaldeído 37% 50 -00 -0 Aldeído

Pictogramas:

Tipo de luva Requerimento Marcação
Tipo A Para a luva ser aprovada para tipo A o seu desempenho de permeação deve ser, pelo menos, nível 2 contra no mínimo de seis produtos químicos de ensaio.
Tipo B Para a luva ser aprovada para tipo B o seu desempenho de permeação deve ser, pelo menos, nível 2 contra no mínimo de três produtos químicos de ensaio.
Tipo C Para a luva ser aprovada para tipo C o seu desempenho de permeação deve ser, nível 1 contra no mínimo um produto químico de ensaio.
Pictograma conforme o tipo da luva ISO374-1:2016

A norma EN ISO 374-5: 2016: Luvas de proteção contra micro-organismos.
As luvas devem passar pelo teste de resistência de penetração de acordo com a norma EN 374-2: 2014. A possibilidade de reivindicar proteção contra vírus foi adicionada, se a luva passar no teste ISO 16604: 2004 (método B).

As luvas oferecem proteção contra microrganismos: bactérias e fungos quando cumpram com a EN 374 – 2:2014 (fuga de ar e fuga de água), porque analisam a estanquicidade.

As luvas que ademais oferecem proteção a vírus deverão cumprir a ISSO 16604: proteção á penetração por bacteriófagos Phi-X174 transportados no sangue.